terça-feira, 31 de maio de 2011

O Clássico Ibérico das Praias

 

Você que nos lê e é da Baixada Santista sabe que não existe só o Santos de time de futebol por aqui. AD Guarujá, São Vicente, Portuguesa e Jabaquara são os outros 4 representantes da região.

E se você tem mais de 30 anos e gosta de futebol, deve saber que Jabaquara e Portuguesa Santista já foram importantes no cenário futebolístico.

E ontem os times disputaram o glamouroso “Clássico das Praias” no Estádio Espanha na Caneleira, sede do Jabaquara

Jabaquara é um clube de Santos oriundo da colônia espanhola da região, nascido em 1914. Até por isso ainda mantém como cores o vermelho e amarelo da bandeira ibérica. Por muitos anos na década de 60, o Leão da Caneleira formou grandes jogadores e times capazes de rivalizar com o Santos de Pelé. Para quem duvida tem um 6x2 histórico na Vila com Pelé em campo e tudo mais, comandado pelo eterno Don Filpo Nuñez. Formou jogadores do quilate de Gilmar dos Santos Neves, goleiro campeão do mundo em 58 e 62 com a seleção brasileira.

Na Portuguesa a história é bem parecida. Nascida através dos imigrantes portugueses em 1917, conserva raízes nas suas cores vermelha e verde como as da bandeira lusitana. Portuguesa que detém um prêmio que poucos têm: A Fita Azul. Prêmio ofertado pela extinta Gazeta Esportiva que premiava o time mais tempo invicto em jogos no exterior. A Briosa, que já foi “Burrinha” um dia, ganhou em 1959 com 15 vitórias em 15 jogos. Revelou grandes jogadores assim como o Jabaquara, como Aílton Lira, meia habilidoso com passagens por Santos e São Paulo, Arouca que foi zagueiro do Palmeiras na época da Academia e Joel Camargo, zagueiro campeão do mundo em 70. Mais recentemente revelou Souza, hoje no Fluminense mas com passagem vitoriosa pelo São Paulo.

Hoje os times disputam a série B1 do futebol paulista, a quarta divisão do estado. Muito por culpa de dirigentes incompetentes com péssimas adminstrações. O que acarretou no afastamento dos clubes das suas origens. São apenas rabiscos do que já foram um dia.

Tivessem um pouquinho mais de organização e profissionalismo e estariam em divisões mais acima, contando com o apoio das suas colônias. Mas Jabaquara e Portuguesa, como 99,9% dos times pequenos, são barrigas de aluguel. Incubadoras de jogadores de empresários que não tem vínculo nenhum com as raízes e histórias dos clubes. E isso reflete esportiva e financeiramente. A Portuguesa tem uma piscina olímpica de 50 metros na sua sede social. Jogada às traças. E o cenário não parece lá muito azul para ambos, afundados em dívidas e a mercê de empresários.

Em tempo, o jogo foi 1x0 para o Jabaquara. Gol de Parazinho, aos 11’ do primeiro tempo.

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