Nadal no Tênis, Alonso na F-1, Seleção masculina de basquete, Seleção de Futebol campeã do mundo e tantos outros exemplos, nos provam que cada dia mais a Espanha se consolida no meio esportivo como potência.
A rodada de meio de semana da Uefa Champions League seguiu essa tendência. Os times espanhóis sobraram nos seus jogos e têm tudo para fazer uma semifinal eletrizante em dois jogos.
O Real passeou contra um bom e guerreiro Tottenham. Fez 4x0 com autoridade, jogando fácil.
O Real Madrid de Mourinho tem o que os outros anteriores não tinham: Coração. Esse elenco merengue entende que é necessário se doar em campo para chegar em algum lugar. A meia cancha com Ozil, Kedhira, Di Maria é um espetáculo de se ver jogar.
O Barcelona só comprova a cada dia que parece não ter adversários à altura no mundo. Passa por cima de todos com soberania.
Guardiola conseguiu montar uma máquina de jogar futebol e que preenche espaços quando não tem a bola, quase um retrato do Guardiola jogador.
Mas o espanhol da rodada não foi um time e sim um atleta: Raúl.
Raúl é cria da base do Real Madrid. Por muitos anos foi um símbolo do clube dentro e fora de campo. Nas fases boas e ruins. Sempre foi considerado um jogador desagregador. Muitos estrangeiros que passaram pelo Bernabéu sempre o acusaram de ser ‘paneleiro’. E no meio de 2010, Raúl decidiu se desvencilhar do Real e foi para a Alemanha jogar no Schalke 04. Time de muita torcida, que tem um estádio lindo, mas um time de médio para grande. Sem tradição européia, por exemplo.
E Raúl parece que conseguiu levar sua experiência para Gelsenkirchen. A goleada de 5x2 em cima da Internazionale, dentro do Giuseppe Meazza, não é obra do acaso. É fruto de um time bem montado que contratou um diferente. Um jogador de bagagem, craque e com história em torneios europeus. E um time que sabe que é infinitamente inferior aos italianos, mas que soube levar com maestria o duelo na Lombardia.
Claro que a classificação ainda não veio, falta a volta na Alemanha. Mas os Azuis Reais têm a vantagem de poder perder por até 3x0 em casa e mesmo assim se classificam. Mas o Schalke mostra que é possível fazer um time de respeito sem gastar horrores, contrariando todas as ‘verdades’ do futebol moderno. Times de mais cacife como Milan, Arsenal, Liverpool, Roma, Lyon, Bayern estão fora da disputa e os alemães sobrevivem.
Com méritos totais.