Ontem foi dia de jogo isolado no Brasileiro 2011.
Corinthians e Internacional jogaram no Pacaembú um jogo antecipado da 11ª rodada. O Corinthians além de jogar em casa era o líder do campeonato. O colorado um desafiante em franca ascensão após um início titubeante sob o comando de Paulo Roberto Falcão.
Sobravam ingredientes para um jogaço. E assim foi. Um jogo de dois times que se doaram por 96 minutos de bola rolando. Rivalidade acirrada, árbitro conivente com jogadas mais ríspidas, dois times jogando verticalmente em busca da vitória.
No primeiro tempo os dois times partiram para o ataque mas com o Corinthians com mais posse de bola e boa movimentação do trio de ataque. O Inter cadenciava mais com os dois meias e a objetividade de Leandro Damião no ataque. Damião, foi o dono da jogada mais perigosa do primeiro tempo ao receber de Oscar, driblar Julio César e cruzar para Zé Roberto marcar, não fosse a intervenção salvadora de Fábio Santos.
De resto muita entrega no meio com atuações soberbas dos volantes. Ralf e Paulinho esbanjavam segurança na meia corinthiana, enquanto Guiñazu fazia o que ele mais sabe: esbanjava raça e dedicação. Os únicos a destoar eram os zagueiros Juan e Bolívar e o argentino D’ Alessandro.
Juan e Bolívar bateram o quanto quiseram com a conivência do árbitro. Bolívar chegou para rachar em Liedson no comecinho do jogo. Juan deu uma cotovelada em Sheik e uma falta desclassificante em Jorge Henrique. D´Alessandro é o tipo de jogador que não deveria jogar em clube nenhum. O argentino adora uma confusão. E não é de hoje. Além de querer apitar sempre o jogo. Um mala!
Em que pese o 0x0 ao intervalo, o jogo tinha sido brigado e com cara de decisão. O segundo tempo prometia mais emoções.
Na volta do intervalo os times decidiram jogar em busca do gol. O Corinthians partia alucinadamente ao ataque com Jorge Henrique e William, mas esbarrava numa atuação pouco inspirada de Liedson. Alex ao 3 quase inaugurou o placar numa falta venenosa que Muriel operou um milagre. O Inter respondeu com duas chances claras: uma de Bolatti e outra com Damião.
Tite tirou Liedson e pôs o ótimo Emerson Sheik em seu lugar. O jogo voltou para a mão do Corinthians mas o gol teimava em não sair. Num erro grosseiro de Nei, Sheik roubou uma bola e arrancou para o ataque ao lado de William pelo meio e Jorge Henrique pela esquerda contra dois marcadores vermelhos. A virada de jogo para Jorge Henrique, que devolveu para Emerson ir no fundo e cruzar rasteiro para o meio da área. William furou.
A partir daí o Pacaembú virou um caldeirão fervente. O Corinthians atrás da vitória e o Inter tentando amainar o ritmo, até que aos 31 veio o gol. Pela esquerda arrancada de Jorge Henrique, ele cruzou para o meio da área. Sheik fez o corta-luz e a bola sobrou para Paulinho, ele abriu para William que pegou de primeira, rasteiro, inapelável para Muriel. 1x0. E o que era bom ficou ainda melhor, quando o Inter teve que se lançar ao ataque desesperadamente.
E nos minutos restantes o que se viu foi um jogo com cara de final de campeonato, até o apito final do árbitro. Um jogaço! Que valeu cada centavo investido pelos 35 mil corinthianos que superlotaram o Pacaembú numa noite de quinta feira.
Com o resultado, o Corinthians abriu 6 pontos do vice-líder Flamengo. Chegou a 8 vitórias em 9 jogos, manteve a invencibilidade e acendeu de vez a esperança da Fiel Torcida no pentacampeonato. Se a fogueira das vaidades não se manifestar no Parque São Jorge, elenco tem de sobra para ser campeão. Basta que Tite consiga domar as feras insatisfeitas.
Ao Inter, o futuro parece radioso. Se a atuação de ontem não for fogo de palha, é candidatíssimo a entrar entre os 4 da Libertadores.
Falcão parece ter arrumado um jeito de jogar e agora é tentar manter o ritmo para subir mais na tabela.