segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Ponto Final da Carreira de um Fenômeno

Dia 14 de fevereiro de 2011 ficará marcado para sempre na vida daqueles que amam o futebol. O dia em que uma carreira das mais brilhantes (dentro de campo) e controversas (fora das quatro linhas) chegou ao seu fim.

Óbvio que se formos levar em consideração a última imagem que ele deixou nos campos, iremos dizer que já era hora de ter parado. Mas Ronaldo não começou a carreira em 2010. Ela começa em 93 com a camisa do Cruzeiro e ali nascia alguém a frente do seu tempo.

Ronaldo era das figuras mais atléticas em campo. Uma velocidade fantástica, uma capacidade de finalização espetacular e uma habilidade incrível o transformavam numa sensação.

Logo foi convocado por Parreira e estreou vindo do banco contra a Argentina num 2x0 no Arruda, gols de Bebeto. Depois mais uma convocação para o jogo de despedida contra a Islândia na Ressacada e a vaga na Copa 94 estava assegurada. Aos 17 anos!

Daí para frente foi só subir. A venda para o PSV Eindhoven, onde ele foi avassalador: 56 gols em 58 jogos.

Em 96 a ida para o Barcelona o ascensou a condição de fenômeno. Gols fabulosos, atuações espetaculares e em pouco tempo ele virava Deus para a torcida dos Culés. Mas ainda faltava uma atuação como protagonista em Copas do Mundo.

A Copa da França parecia o cenário ideal, afinal ele havia ganho dois titulos de melhor do mundo nos anos anteriores a Copa. Porém em que pese levar o Brasil até a final, não foi brilhante como se supunha. Foram apenas 4 gols e o drama da convulsão no dia da final.

A transferência para a Internazionale traz junto com gols e jogadas memoráveis as contusões que marcariam sua carreira. A primeira no joelho levou 5 meses de recuperação. No dia da volta contra a Lazio em Roma pela Copa da Itália, uma contusão gravíssima o afastou por 1 ano dos gramados. A cena da rótula saindo do lugar é chocante ainda.

Ali começou uma batalha pela volta aos campos. Muitos juravam que ele não voltaria. E a rotina árdua de fisioterapias, tratamento caminhavam em paralelo com uma crise na seleção sem precedentes com 3 mudanças de técnicos nas Eliminatórias. Felipão esperou até o último momento pela volta e apostou nisso. A aposta se mostrou acertada. O protagonismo que se esperava em 98 veio com juros em 2002. Foram 7 jogos e 8 gols, incluindo os dois da final. Resultado: Brasil campeão e mais um título de melhor do mundo.

2002 marca a mudança para o Real Madrid, se tornando um dos galáticos. Foram muitos gols e muitas lesões. O Real marca também a fase com os problemas com a balança. Pela seleção formou o chamado ‘quadrado mágico’ com Adriano, Ronaldinho e Kaká. Porém a Copa de 2006 deflagrou uma crise e marca o início da decadência do Fenômeno. Chegou muito acima do peso na Copa, um bate-boca com o presidente da República e bolhas no pé foram decisivas para uma copa apenas regular.

Veio a mudança para o Milan e uma fase negra. Distensões, contraturas e outra grave lesão transformaram a fase no Milan em inferno. Veio a rescisão de contrato e muita confusão do lado de fora dos campos. Foi treinar no Flamengo para recuperar a forma física. Fora das quatro linhas foi visto gordo e fumando num iate, o escândalo com os travestis no motel do Rio. Em dezembro, quando todos davam como certo sua contratação pelo Flamengo, eis que ele assina com o Corinthians de forma inesperada. Camisas queimadas, protestos em praça pública deram o tom da ira dos rubronegros.

Chega ao Corinthians em 2009 em fase final de recuperação. A estréia se dá em Itumbiara pela Copa do Brasil vindo do banco. O jogo seguinte marca a ressurreição do Fenômeno: Clássico contra o Palmeiras, um gol de cabeça que empata o jogo aos 49 do segundo tempo. Dali para frente deu show. Foi decisivo nas finais do Paulista contra São Paulo e contra o Santos, com direito a gol de placa na Vila.

Na sequência outras atuações memoráveis na Copa do Brasil deram o título e a vaga na Libertadores 2010.

Em 2010 não fez a temporada que se esperava e mostrou estar em declínio aparente. Depois de muitas lesões, ainda fez bons jogos no fim do Brasileiro. 2011 já foi meio forçando a barra.

Ronaldo por tudo que fez merece estátua em praça pública. A ele devemos um agradecimento. Valeu campeão! A torcida alvinegra agradece.

Fique com a lembrança da atuação memorável na Vila em 2009: