quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Bem Sempre Vence

 

Como é fácil notar pela descrição da minha bio à esquerda, sou corinthiano. E como tal venho sendo cobrado a escrever sobre o jogo de domingo. Confesso que esperei a decepção passar para poder falar com isenção, em que pese não ser jornalista de fato e o blog não ter uma linha editorial definida, tento não ser ufanista.

Por que escolhi esse título no post? Porque hoje o Santos representa o Bem no futebol brasileiro. É o time da moda, o time que todos querem ver jogar pela geração talentosa que tem e sua vocação ofensiva.

Não sou daqueles que acham que o Santos tem uma categoria de base forte, que produz atletas aos borbotões. Acho sim que o fenômeno se dá mais por sorte do que por trabalho. A geração 2002 não foi lançada no time porque viram ali o maná dos problemas. Veio porque o Santos estava sem dinheiro e era o que tinha. E ali tinham Diego, Robinho e Elano. Pegue os outros e quase nenhum mais vingou em qualquer time.

A classe de 2009, está nessa situação. Tem Neymar, Ganso e André (que foi para Ucrânia no meio de 2010). Mas é um time que soube mesclar experiência de caras como Durval, Edu Dracena, Léo com o talento de Neymar, Ganso, Rafael Cabral e Arouca. Some-se a isso o técnico mais vitorioso no país nos últimos 6 anos e a combinação é explosiva.

O Santos é um time montado e pensado. Desde a passagem de Dorival Júnior em 2010. Muricy pegou uma base sólida e pronta. Foi só imputar seu estilo de jogo, mais reforçado na defesa, laterais que só sobem na boa e deixar com a genialidade dos meninos na frente. O saldo é que além de um título paulista, teve uma classificação inesperada na Libertadores e 1 gol sofrido em 7 jogos. Na final jogou como deve ser: fechadinho no Pacaembu e dominante em casa. Legítimo campeão portanto!

Já pelos lados do Parque São Jorge, o título seria uma mentira a mascarar a bagunça que foi 2011 desde o início. Elenco mal formado (falta um goleiro de verdade, lateral direito, meia de ligação principalmente), técnico contestado, jogadores em fim de carreira e descompromissados (Ronaldo gordo em fim de carreira e Roberto Carlos sem vínculo nenhum com o clube, quando a crise estourou ele fugiu), folha de pagamento super inflacionada e outros. A eliminação para o Tolima não foi o causador de tudo. Foi consequência de tudo. E por tudo isso, o título ir para o Parque São Jorge seria premiar a desorganização.

Tite não é treinador para um time de massa. Ele é teórico e verborrágico demais para um clube onde a paixão pulsa a olhos vistos. Ele seria bom técnico em clubes de torcida com maior poder aquisitivo como Fluminense e São Paulo, por exemplo. Para clubes como Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro é preciso um pouco mais e isso ele não tem. Mesmo nas funções de campo ele não vai bem. No jogo de domingo ele fez 3 alterações, todas elas de peça por peça: atacante por atacante, volante por volante e meia por meia. Ele jamais desistiu de um esquema no meio do caminho. Para fazer alterações de seis por meia dúzia não é necessário que seja ele, poderia ser um técnico mais barato, certo?

O Brasileiro vem aí e tudo pode mudar nos dois lados. Jogadores que chegam, outros que saem, pressão de torcida no Corinthians, o peso da Libertadores para o Santos… São muita possibilidades. Mas hoje sem dúvida o Santos está melhor em tudo.

E, convenhamos, o título ficou melhor nas mãos do Santos e Muricy mesmo.