segunda-feira, 28 de março de 2011

Escrevendo a História

 

Ontem o futebol viveu um dia daqueles onde se vê a história sendo escrita. Em que pese ser corinthiano (a minha bio comprova aí na esquerda) me sinto com isenção suficiente para falar do fato.

Rogério Ceni chegou a marca de 100 gols na carreira.

Marca espetacular, equivalente aos mil de Pelé. Sim, porque Rogério é goleiro. Goleiro não tem obrigação de fazer gols, tem sim que evitá-los. Um gol de goleiro é motivo de festa, como fez Hiram do Guarani ao marcar de cabeça contra o poderoso Palmeiras de 96 no Brinco de Ouro. Ou Lauro, também de cabeça, também em Campinas, mas pela Ponte contra o Flamengo no Moisés Lucarelli.

Desses 100, 56 de falta e 44 de penalti. E o que mais assusta e admira, é que a marca poderia ter vindo antes, tantos quantos pênaltis ele perdeu também.

Rogério é um ícone do São Paulo. Talvez o maior da história do clube. Mesmo goleiro, é o maior artilheiro (pasmem vocês) do clube na Libertadores. É bem articulado nas entrevistas, líder em campo, as vezes aparece de dirigente ajudando a reforçar o time (Aloísio afirma ter sido convidado por Rogério dentro do campo na final da Libertadores contra o Atlético-PR). Não é um sujeito que se envolva em polêmicas extra-campo. Podem dizer que ele é marrento. Tendo a concordar mas que ele é um extra-classe, isso é inegável.

Por sua trajetória fica sempre o gosto amargo de não ter sido titular da seleção em uma Copa do Mundo e nem nunca ter tido a camisa 1 da seleção como indiscutível em nenhum momento. Mas nada apaga o feito do arqueiro tricolor.

E veio como tinha que vir mesmo. De falta, contra o maior rival, acabando com um tabu de quase 4 anos. Porém o destino foi padrasto em apenas um fato. O gol não saiu no Morumbi. O Iron Maiden, banda que ele tanto gosta, lhe tirou esse prazer. Mas repito, nada apaga a grandeza do feito.

Rogério, o imortal do Morumbi. Cada dia mais.