quarta-feira, 28 de maio de 2014

Horários e Logística da Copa

 

Faltando 15 dias para a estréia do Brasil e abertura da Copa no Brasil, no dia 12 as 17:00 de Brasília, convém falar um pouco do porquê dos horários escolhidos para os jogos acontecerem e também da logística confusa da tabela de jogos. Teremos de tudo desde jogo as 13 horas em Natal, Salvador e Fortaleza por exemplo, até jogos as 22 horas na Arena Pernambuco em São João da Mata, na grande Recife.

E tudo isso por quê? Pelo simples fato que a Fifa não tá nem aí para a condição física e fisiológica dos atletas, nem para as dificuldades que os torcedores terão para chegada e saída dos estádios. Na verdade, a agenda foi feita pensando no fuso horário europeu, tal e qual na Copa babilônica nos EUA em 94, onde chegou-se ao absurdo de ter o jogo final começando ao meio dia em Los Angeles.

Sob a ótica da fisiologia chega a ser um crime obrigar jogos de futebol as 13 horas em cidades quentes e úmidas como as do Nordeste. A Copa das Confederações mostrou um pouco isso na disputa de 3º lugar entre Itália x Uruguai na Fonte Nova, um jogo onde teve prorrogação e pênaltis. Os dois times mal se mexiam na prorrogação. E, por uma coincidência macabra, essas duas seleções se enfrentam na primeira fase em Natal as…13 horas! Ao menos parece que os jogos em cidades quentes terão tempo técnico de 3 minutos entre os 22 e 25 minutos de cada tempo. O que apenas ameniza os efeitos do calor mas não elimina.

Sob a ótica do conforto e segurança do torcedor também nada foi pensado. Costa do Marfim x Japão se enfrentam as 22 horas de um sábado na Arena Pernambuco. Um estádio fora do Recife, onde se é necessário ao menos 1 hora de trajeto partindo da capital pernambucana até o estádio. Começando as 22 o jogo termna perto da meia noite e com trânsito, o torcedor chegará em casa por volta de 02:00 da madrugada do domingo já. Absurdo!

Outra coisa que não se levou em conta ao organizar a tabela é a dimensão continental do Brasil. Fez-se uma tabela imaginando que o Brasil fosse do tamanho de Alemanha e África do Sul por exemplo onde as seleções jamais repetiam cidades nos jogos da primeira fase, acarretando em viagens excessivamente longas e mudanças bruscas de clima. Enquanto o Nordeste terá calor intenso, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre estarão em rigoroso inverno. Nesse ponto algumas seleções foram excessivamente prejudicadas, outras deram sorte.

Entre as que deram sorte de terem jogos perto estão Argentina (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre), México (Natal, Fortaleza e Recife), Alemanha (Salvador, Fortaleza e Recife) e a Bélgica (Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo) foi quem mais se beneficiou. No grupo dos azarados que farão viagens longas estão Croácia (São Paulo, Manaus e Recife), França (Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro), Bósnia (Rio de Janeiro, Cuiabá e Salvador) e a Austrália que faz seu primeiro jogo na capital mais quente do país, Cuiabá, e depois joga na mais fria do país: Porto Alegre.

Por tudo isso prevejo uma copa de muitos gols. O desgaste físico deve dar o tom e com isso diminui-se a precisão das defesas correndo atrás dos atacantes. No fim as mazelas da tabela podem fazer uma excelente copa em número de gols mas péssima no aspecto técnico.

É esperar para ver. Falta pouco…

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