Ontem o futebol brasileiro teve, talvez a noite mais vergonhosa de sua estória na Libertadores da América. Foram 4 eliminações em 4 confrontos. E só não foram 5 porque o anjo Rafael Cabral salvou o Santos em Querétaro no México na terça-feira.
Bem verdade que desses eliminados, um já se previa: o Grêmio. Tão mal que jogou em Porto Alegre contra a Católica, saiu com derrota em casa. O jogo no Chile era (quase) pró-forma.
Agora, os outros três quebraram todos os bolões possíveis.
A maior decepção da noite foi o todo-poderoso Cruzeiro. Time de melhor campanha na primeira fase, dono de um ataque arrasador e de um futebol vistoso, era fava contada na esmagadora opinião da maioria, inclua-se o blogueiro. Mas Cuca parece ter um bloqueio em decisões. Assim foi no Botafogo por 3 anos e ontem mais uma vez, culminando com uma cotovelada ridícula em cima de Rentería.
Não acho Cuca um mau técnico, mas lhe falta tranquilidade. E sempre a culpa recai na arbitragem. Com todo respeito, anularam mal o gol do Gilberto, mas nada justifica tomar 2 gols do mediano Once Caldas e não fazer nenhum. O Cruzeiro do segundo tempo foi um dejavu do Botafogo. E assim, toda uma campanha espetacular foi ralo abaixo. Agora é juntar os cacos e enfrentar o Galo na final do Mineiro em dois jogos.
O Fluminense provou ontem ser mesmo o time do impossível. Depois de um 3x1 no Engenhão e 0x0 no primeiro tempo em Assunção, o Flu conseguiu tomar 3 gols do Libertad, que não é mal time não, e caiu depois de ter conseguido uma classificação heróica na Argentina.
O tricolor pagou o preço de não ter técnico. Em que pese estar apalavrado com Abel Braga para o meio do ano, Enderson Moreira não tinha estofo para segurar o rojão. O jogo contra o Argentinos foi ganho na fibra demonstrada em campo.
Agora é decidir o que fazer até o Brasileiro. Pode vir uma reformulação aí, afinal é um elenco caro e a eliminação precoce mexe nas provisões financeiras do Flu.
Já o Internacional, já sob o comando de Falcão, caiu no Beira-Rio contra o Peñarol do Uruguai.
Eu que gosto de futebol sempre me acostumei com aquela tese de que jogar contra uruguaios era difícil demais. Eles não desistem nunca, batem muito e tem técnica. Jogos contra Peñarol e Nacional sempre foram pedreira nos anos 80 principalmente. Depois o o futebol uruguaio entrou em decadência e eles nunca mais fizeram boas campanhas na Libertadores. Porém a boa Copa do Mundo na África do Sul parece ter despertado o futebol uruguaio.
A atuação do Peñarol ontem foi de encher os olhos. Não pela virtuosidade da bola, mas sim pela entrega. O Inter abriu o placar cedinho no jogo e achou que a parada estava resolvida. Na volta do intervalo, em 5 minutos os uruguaios conseguiram a virada. Dali pra frente foi um Internacional desesperado e desassossegado (a discussão do Sóbis com o D’Alessandro foi sintomática) em busca da virada e um Peñarol trancadinho lá atrás. E assim Falcão amargou a sua primeira derrota no Colorado e não esquecerá dela tão cedo.
Nunca o futebol brasileiro foi tão mal como na noite de ontem. Porém tudo pode ter um lado bom: O Brsaileiro não vai ter times dividindo atenções com outra competição e podemos ter um nível excelente logo no começo do campeonato.
A hora agora é de reconstruir. E rápido.
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