Luis Fabiano, Elano, Adriano, Guilherme, Brandão, Ilsinho, Robinho, Vagner Love, Ronaldinho, Alex Silva, Roberto Carlos, Maicossuel, Jefferson, Beletti, Deco, Fred. O que esses nomes têm em comum? Serem brasileiros, diriam os engraçadinhos. Tirante a nacionalidade, todos esses fizeram força para retornar da Europa e voltar ao Brasil. Mas porque? Pelo desafio de jogar aqui? Pouco provável, dado que o nível técnico daqui vem caindo ano a ano. Por dinheiro? Também não deve ser a razão, dado que receber em euros é bem mais lucrativo. A mim parece ser por um único motivo: Porque aqui ainda é onde eles são alguma coisa de importante.
Se pegarmos hoje no futebol europeu, não iremos encontrar um (basta um) brasileiro que seja a estrela maior do seu time. Nenhum! Nunca o futebol brasileiro foi tão coadjuvante nos gramados do Velho Continente. Quase todos os citados acima tem passagem por seleções nacionais e nenhum é estrela maior da sua companhia. Nem mesmo os que lá ficaram como por exemplo Kaká e Robinho, hoje alternativas aos seus elencos apenas.
Voltando para o Brasil eles são incensados a condição de deuses e craques por suas torcidas e times, o que não acontecia fora. E convenhamos que no nível brasileiro atual eles sobressaem mesmo. Vejamos o tempo de Adriano no Flamengo. Mesmo se envolvendo em noitadas, em paginas policiais, acima do peso, ainda assim ele levou o Flamengo a uma arrancada histórica rumo ao título brasileiro de 2009. Ronaldo, mesmo com uma forma física de ‘casados e solteiros’, conduziu o Corinthians (como protagonista) a dois titulos no primeiro semestre de 2009. Roberto Carlos foi o lateral do Campeonato Brasileiro de 2010 pela CBF e pela Placar aos 37 anos.
E os falidos e mal geridos clubes, vêem nessas repatriações uma forma de reavivar suas finanças com ações de marketing. Porém a torcida se importa mais com o que eles produzem dentro das quatro linhas.
Jogador brasileiro não se contenta em jogar apenas, em ser mais um. Ele quer privilégios, quer ser estrela, quer escolher para qual jogo vai, quer poder brincar o carnaval em paz. E isso cada vez mais é visto como mau negócio para os europeus. E, mesmo com seus mimos, os times brasileiros ainda precisam deles e se tornam quase reféns dos boleiros arrependidos.
Mas o pior é que eles não querem vir para ficar. Eles vêm para voltarem a vitrine e com isso voltar à Europa ganhando mais. Se ficassem por lá, assinariam contratos mais modestos pois reservas têm baixo valor de mercado.
Adriano é o caso mais bem acabado disso tudo. Ele teve o mundo a seus pés em 2005. Ninguém jogava tanta bola quanto ele. Era Deus na Itália, titularíssimo do “quadrado mágico” do Parreira. De repente entrou sem freio ladeira abaixo. A Copa de 2006 foi seu fiasco. Dali foi sempre a cair mais e mais. Até culminar com o ‘abandono’ da carreira por tristeza. Arrebentou no Flamengo em 2009 e ao invés de aproveitar o momento, voltou à Itália, dessa vez na Roma. Mais um fiasco, nem gols ele marcou. Agora ele volta para mais uma ‘última chance’ no Corinthians.
E com isso quem sofre é a seleção também, já que muitos de seus convocados nem titulares são em seus clubes. E tudo isso em um quadriênio que nem Eliminatórias teremos para ‘azeitar’ o time. Mano tem que se virar como dá nos amistosos.
Proporcionalmente cresce o interesse dos europeus em argentinos. Eles não sentem saudade de casa, não dizem que não se adaptaram a comida, costumes, religião e blá blá blá. Apenas jogam futebol e isso torna a mão de obra portenha cada vez mais procurada. A Inter de Milão, campeã européia, descobriu isso há algum tempo e vêm colhendo frutos. Tecnicamente é impossível comparar Milito com Adriano. Mas o argentino tem muito mais mercado hoje do que o brasileiro. Milito faz o seu (e muito bem feito, diga-se) e não tem seu nome ligado a nada. Não é melhor negócio, convenhamos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário