terça-feira, 12 de abril de 2011

Falcão na casamata colorada

 

E o Internacional (com alguns meses de atraso) finalmente demitiu Celso Roth. Nada contra o treinador, até porque não o conheço, mas Roth é um técnico com prazo de validade. Funciona bem por uns 3 a 4 meses, daí seus trabalhos começam a ruir de uma hora para outra.

A chegada no Beira-Rio em 2010 foi no meio de um turbilhão criado por Jorge Fossati, que durou pouco no cargo. Celso chegou e arrumou a casa tirando figuras do time que jogavam apenas com o nome, como Pato Abbondanzieri. Com isso o elenco ganhou confiança e disparou a jogar bem. Ganhou bem a Libertadores e na primeira parte do Brasileiro, o colorado sobrava.

A medida que o tempo passava, o ritmo foi diminuindo e ele passou a ser contestado. Eis que veio o mundial em Dubai e Celso Roth colecionou seu vexame mais intenso, a eliminação vexatória para o Mazembe do Congo, de Kabangu e Kidiaba, o goleiro que quica. Ali talvez fosse a hora da direção do Internacional ter encerrado o “ciclo Roth” no Beira-Rio. Mas preferiu-se seguir com ele.

Veio 2011 e atuações pouco convincentes, em que pese estar ganhando alguns jogos. A derrota para o último colocado do Campeonato Mexicano, decretou o fim da linha para Celso Roth. A casamata (banco de reservas em ‘gauchês’) no Beira-Rio não é mais seu habitat.

Agora o colorado tenta reerguer. E acertou em um ponto básico: saiu da mesmice. Não contratou nenhum dos técnicos que sempre estão na ciranda.

Recorreu a um ídolo, talvez o maior da sua história. Paulo Roberto Falcão.

Falcão é desses caras acima de qualquer suspeita. Craque no campo, um meia com estilo, jogava de cabeça em pé. Inteligente fora dele, foi por muito tempo comentarista da Globo e sempre muito conciso na sua visão de campo.

Sua chegada ao Beira-Rio é uma tentativa do novo, do pouco usual. Isso traz benefícios imediatos para o clube e principalmente para a diretoria. A torcida tem mais paciência quando um dos seus está na casamata vermelha. Comparece em maior número também. Claro que o sentimento não é de ferro e se as vitórias forem escassas, Falcão também vai sofrer. Aliás, ele é o único que tem algo a perder nessa história. Correr o risco de ser vaiado pela torcida que mais o ama não é fácil.

O Internacional já tentou isso com o mesmo Falcão em 93 e não deu lá muito certo não. Me lembro de ter 16 anos e ir com meu pai no Pacaembú ver o Corinthians ganhar do Inter por 2x0, gols de Tupãzinho e Leto. Mas a aposta é boa, agora é esperar pra ver o que vai dar.

Seria bom pro futebol ver triunfar um ex-jogador fora da ciranda dos técnicos midiáticos, assim como foi prazeroso, ver Andrade campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009.

Boa sorte, Falcão. Você merece.

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